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AUTOAPRENTAÇÃO E AUTOMONITORAMENTO



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A autoapresentação refere-se a desejar apresentar uma imagem desejada tanto para uma plateia externa (outras pessoas) como para plateia interna (nós mesmos). Trabalhamos para gerenciar as impressões que causamos. Damos desculpas, justificamos ou nos desculpamos conforme o necessário para sustentar nossa autoestima e confirmar nossas autoimagens. Assim como preservamos nossa autoestima, também precisamos nos certificar de não nos vangloriarmos demais e arriscar a desaprovação dos outros. A interação social é um equilíbrio cuidadoso de parecer bom sem parecer bom demais.


Para algumas pessoas , a autoapresentação consciente é um modo de vida. Elas monitoram constantemente seu próprio comportamento e observam como os outros reagem, adaptando, então, seu desempenho social, para obter o efeito desejado. Aquelas que pontuam alto em uma escala de tendência de automonitoramento (as quais, por exemplo, concordam que “eu tendo ser o que as pessoas esperam que eu seja”), agem como camaleões sociais, elas adaptam se comportamento em resposta as situações externas (Gangestad & Snyder,2000, Snyder,1987). Tendo modulado seu comportamento para a situação, elas são mais propensas a sustentar atitudes que realmente não possuem (Zanna & Olson,1982). Como observou Mark Leary(2004), o self que elas conhecem muitas vezes difere do que elas mostram. Como camaleões sociais, as que pontuam alto em automonitoramento também são menos dedicadas a seus relacionamentos e mais propensas a se sentir insatisfeitas em seus casamentos.

Aqueles que pontuam baixo no automonitoramento se importam menos com que os outros pensam. Eles são mais orientados internamente, assim mais propensos a falar e agir de acordo com o que sentem e acreditam. Como você poderia imaginar, alguém cujo monitoramento é muito baixo poderia parecer como um grosso insensível, ao passo que monitoramento extremamente elevado poderia resultar em comportamento desonesto digno de um picareta. A maioria de nós se situa em algum ponto entre esses dois extremos.


Apresentar-se de modos que criam uma impressão desejada é um delicado ato de equilíbrio. As pessoas querem ser vistas como capazes, mas também como modestas e honestas. Na maioria das situações sociais, a modéstia cria uma boa impressão, jactância espontânea (pessoa com atitude arrogante, prepotente, orgulhosa etc..) uma má impressão. Daí o fenômeno da falsa modéstia: com frequência apresentamos menos autoestima do que sentimos intimamente. Contudo, quando é evidente que nos saímos extremamente bem, a não sinceridade de uma negação (“Eu fui bem, mas não grande coisa”) pode ser óbvia. Para causar boas impressões, parecer modesto, porém competente, é preciso habilidade social.


Fonte: Psicologia Social – Edição 2010

Autor: David G.Mayers

 
 
 

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