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NEUROCIÊNCIA: COMO A SÍNDROME DO PÂNICO É DESENCADEADA E QUAIS SÃO AS DISFUNÇÕES NO CÉREBRO.

Atualizado: 16 de fev.


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A Síndrome do Pânico é um transtorno de ansiedade caracterizado por ataques súbitos e intensos de medo extremo, sem causa aparente. Seu desencadeamento pode ser influenciado por fatores biológicos, psicológicos e ambientais.





1. Fatores Biológicos


  • Disfunção nos Neurotransmissores: Baixos níveis de serotonina e GABA dificultam a regulação emocional, enquanto o excesso de noradrenalina intensifica os sintomas físicos.

  • Hiperatividade da Amígdala: O cérebro reage de forma exagerada a estímulos comuns, interpretando-os como ameaçadores.

  • Desregulação do Eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal: Leva a uma resposta de estresse exagerada e aumenta a liberação de cortisol.


2. Fatores Psicológicos


  • Experiências Traumáticas: Abuso, violência, acidentes ou perdas podem predispor ao transtorno.

  • Estresse Crônico: Excesso de trabalho, pressão social ou mudanças drásticas na vida podem desencadear crises.

  • Padrões de Pensamento Disfuncionais: Pessoas com crenças catastrofistas tendem a interpretar sintomas normais (como batimentos cardíacos acelerados) como sinais de perigo iminente.


3. Fatores Ambientais


  • Uso de Substâncias: Cafeína em excesso, drogas estimulantes e álcool podem induzir ataques de pânico.

  • Privação de Sono: A falta de descanso adequado aumenta a vulnerabilidade ao estresse e ansiedade.

  • Eventos Estressantes: Situações como demissão, término de relacionamento ou problemas financeiros podem ser gatilhos.

 

 Tratamentos para a Síndrome do Pânico


O tratamento deve ser multidisciplinar, combinando terapias psicológicas, medicamentos e mudanças no estilo de vida.


1. Terapia Psicológica


  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Ajuda a reestruturar pensamentos disfuncionais e ensina técnicas para controlar os sintomas.

  • Exposição Gradual: Técnicas de dessensibilização ajudam a reduzir o medo de situações que desencadeiam as crises.

  • Terapias de Relaxamento: Mindfulness, meditação e respiração controlada reduzem a ativação do sistema nervoso.

 

2. Tratamento Medicamentoso


  • Inibidores da Recaptação de Serotonina (ISRS): Como fluoxetina, paroxetina e sertralina, ajudam a regular os neurotransmissores.

  • Ansiolíticos (Benzodiazepínicos): Como alprazolam e clonazepam, usados em crises agudas, mas com risco de dependência.

  • Betabloqueadores: Como propranolol, reduzem os sintomas físicos como taquicardia.


3. Mudanças no Estilo de Vida


  • Prática Regular de Exercícios Físicos: Melhora a regulação do cortisol e promove bem-estar.

  • Alimentação Balanceada: Reduz o consumo de cafeína e açúcar, evitando picos de ansiedade.

  • Sono de Qualidade: Dormir bem regula a produção de neurotransmissores.

 

COMO A SÍNDROME DO PÂNICO AFETA O CÉREBRO?


A síndrome do pânico afeta o cérebro de diversas formas, ativando circuitos neurais relacionados ao medo e ao estresse. Algumas das principais alterações incluem:

 

1. Hiperatividade da Amígdala

A amígdala, estrutura do sistema límbico responsável pelo processamento do medo, torna-se hiperativa. Isso faz com que estímulos normais sejam interpretados como ameaçadores, desencadeando crises de pânico intensas.

 

2. Disfunção do Hipotálamo

O hipotálamo regula as respostas fisiológicas ao estresse. Durante um ataque de pânico, ele desencadeia uma resposta de "luta ou fuga", resultando em sintomas como taquicardia, sudorese e hiperventilação.

 

3. Alteração no Córtex Pré-frontal

O córtex pré-frontal, responsável pelo controle racional das emoções, pode ter uma atividade reduzida, dificultando o controle sobre os impulsos emocionais e intensificando as crises.

 

4. Desregulação dos Neurotransmissores

  • Baixos níveis de serotonina podem aumentar a vulnerabilidade ao estresse e à ansiedade.

  • Excesso de noradrenalina intensifica os sintomas físicos do pânico, como palpitações e falta de ar.

  • GABA reduzido diminui a capacidade de relaxamento, tornando o cérebro mais propenso à hiperatividade ansiosa.


5. Alteração no Hipocampo

O hipocampo, que armazena memórias emocionais, pode associar experiências neutras a respostas de medo exageradas, reforçando os ataques de pânico.

 

Impacto a Longo Prazo

Se não tratado, o pânico crônico pode gerar hiperconectividade entre a amígdala e outras áreas do cérebro, tornando a pessoa mais sensível ao estresse e aumentando o risco de depressão, apesar de não ser uma regra. A principal hipótese para explicar essa tendência é que, em qualquer transtorno de ansiedade, a pessoa passa por muito estresse e, por isso, há uma progressão para o quadro de depressão.

 
 
 

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