NEUROCIÊNCIA: COMO A SÍNDROME DO PÂNICO É DESENCADEADA E QUAIS SÃO AS DISFUNÇÕES NO CÉREBRO.
- consultoriacmatend
- 15 de fev.
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Atualizado: 16 de fev.

A Síndrome do Pânico é um transtorno de ansiedade caracterizado por ataques súbitos e intensos de medo extremo, sem causa aparente. Seu desencadeamento pode ser influenciado por fatores biológicos, psicológicos e ambientais.
1. Fatores Biológicos
Disfunção nos Neurotransmissores: Baixos níveis de serotonina e GABA dificultam a regulação emocional, enquanto o excesso de noradrenalina intensifica os sintomas físicos.
Hiperatividade da Amígdala: O cérebro reage de forma exagerada a estímulos comuns, interpretando-os como ameaçadores.
Desregulação do Eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal: Leva a uma resposta de estresse exagerada e aumenta a liberação de cortisol.
2. Fatores Psicológicos
Experiências Traumáticas: Abuso, violência, acidentes ou perdas podem predispor ao transtorno.
Estresse Crônico: Excesso de trabalho, pressão social ou mudanças drásticas na vida podem desencadear crises.
Padrões de Pensamento Disfuncionais: Pessoas com crenças catastrofistas tendem a interpretar sintomas normais (como batimentos cardíacos acelerados) como sinais de perigo iminente.
3. Fatores Ambientais
Uso de Substâncias: Cafeína em excesso, drogas estimulantes e álcool podem induzir ataques de pânico.
Privação de Sono: A falta de descanso adequado aumenta a vulnerabilidade ao estresse e ansiedade.
Eventos Estressantes: Situações como demissão, término de relacionamento ou problemas financeiros podem ser gatilhos.
Tratamentos para a Síndrome do Pânico
O tratamento deve ser multidisciplinar, combinando terapias psicológicas, medicamentos e mudanças no estilo de vida.
1. Terapia Psicológica
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Ajuda a reestruturar pensamentos disfuncionais e ensina técnicas para controlar os sintomas.
Exposição Gradual: Técnicas de dessensibilização ajudam a reduzir o medo de situações que desencadeiam as crises.
Terapias de Relaxamento: Mindfulness, meditação e respiração controlada reduzem a ativação do sistema nervoso.
2. Tratamento Medicamentoso
Inibidores da Recaptação de Serotonina (ISRS): Como fluoxetina, paroxetina e sertralina, ajudam a regular os neurotransmissores.
Ansiolíticos (Benzodiazepínicos): Como alprazolam e clonazepam, usados em crises agudas, mas com risco de dependência.
Betabloqueadores: Como propranolol, reduzem os sintomas físicos como taquicardia.
3. Mudanças no Estilo de Vida
Prática Regular de Exercícios Físicos: Melhora a regulação do cortisol e promove bem-estar.
Alimentação Balanceada: Reduz o consumo de cafeína e açúcar, evitando picos de ansiedade.
Sono de Qualidade: Dormir bem regula a produção de neurotransmissores.
COMO A SÍNDROME DO PÂNICO AFETA O CÉREBRO?
A síndrome do pânico afeta o cérebro de diversas formas, ativando circuitos neurais relacionados ao medo e ao estresse. Algumas das principais alterações incluem:
1. Hiperatividade da Amígdala
A amígdala, estrutura do sistema límbico responsável pelo processamento do medo, torna-se hiperativa. Isso faz com que estímulos normais sejam interpretados como ameaçadores, desencadeando crises de pânico intensas.
2. Disfunção do Hipotálamo
O hipotálamo regula as respostas fisiológicas ao estresse. Durante um ataque de pânico, ele desencadeia uma resposta de "luta ou fuga", resultando em sintomas como taquicardia, sudorese e hiperventilação.
3. Alteração no Córtex Pré-frontal
O córtex pré-frontal, responsável pelo controle racional das emoções, pode ter uma atividade reduzida, dificultando o controle sobre os impulsos emocionais e intensificando as crises.
4. Desregulação dos Neurotransmissores
Baixos níveis de serotonina podem aumentar a vulnerabilidade ao estresse e à ansiedade.
Excesso de noradrenalina intensifica os sintomas físicos do pânico, como palpitações e falta de ar.
GABA reduzido diminui a capacidade de relaxamento, tornando o cérebro mais propenso à hiperatividade ansiosa.
5. Alteração no Hipocampo
O hipocampo, que armazena memórias emocionais, pode associar experiências neutras a respostas de medo exageradas, reforçando os ataques de pânico.
Impacto a Longo Prazo
Se não tratado, o pânico crônico pode gerar hiperconectividade entre a amígdala e outras áreas do cérebro, tornando a pessoa mais sensível ao estresse e aumentando o risco de depressão, apesar de não ser uma regra. A principal hipótese para explicar essa tendência é que, em qualquer transtorno de ansiedade, a pessoa passa por muito estresse e, por isso, há uma progressão para o quadro de depressão.











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