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PERDAS EMOCIONAIS – COMO LIDAR COM ELAS



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Superar perdas emocionais (perda de entes queridos, perda financeira, término de relacionamento etc.) é um processo desafiador que exige tempo, autocompaixão e estratégias eficazes para promover a cura. Embora cada indivíduo vivencie o luto de maneira única, somos mais fortes na recuperação de perdas emocionais do que muitas vezes imaginamos. Essa capacidade de superação está intimamente ligada à resiliência emocional, que é a habilidade de enfrentar adversidades, adaptar-se a mudanças e recuperar-se de situações difíceis.​

​A resiliência emocional é a capacidade de uma pessoa enfrentar adversidades, adaptar-se a mudanças e superar desafios, mantendo o equilíbrio psicológico e aprendendo com as experiências difíceis. Pessoas resilientes conseguem gerenciar suas emoções de maneira eficaz, evitando que sentimentos negativos dominem suas ações e decisões. ​

Esse conceito, originário da física, onde descreve a propriedade de materiais retornarem à sua forma original após serem submetidos a pressão, foi adaptado pela psicologia para descrever a habilidade humana de "dar a volta por cima" após situações adversas. ​

Desenvolver resiliência emocional não significa ignorar ou suprimir emoções negativas, mas sim reconhecê-las, compreendê-las e lidar com elas de forma construtiva. Essa habilidade é fundamental tanto na vida pessoal quanto profissional, pois permite que o indivíduo mantenha a calma e a clareza mental diante de desafios, promovendo bem-estar e eficácia nas ações.

 

Estratégias para Desenvolver Resiliência Emocional


  • Autoconhecimento: Compreender suas emoções e reações é o primeiro passo. Manter um diário emocional pode ajudar a identificar padrões e gatilhos, promovendo uma melhor gestão emocional. ​

  • Flexibilidade e Adaptação: Ser adaptável permite enfrentar mudanças de forma mais eficaz. A neuroplasticidade, capacidade do cérebro de reorganizar-se, é fundamental nesse aspecto, permitindo a formação de novas conexões neurais em resposta a novas experiências. ​

  • Autocuidado: Praticar atividades físicas, manter uma alimentação equilibrada e garantir um sono adequado fortalecem o corpo e a mente, preparando-os para lidar com o estresse. ​

  • Construção de Relacionamentos Positivos: Manter conexões sociais saudáveis oferece suporte emocional e diferentes perspectivas para enfrentar desafios. ​

  • Estabelecimento de Metas Realistas: Definir objetivos alcançáveis mantém a motivação e proporciona um senso de propósito, facilitando a superação de obstáculos. ​

  • Aprendizado com Experiências Passadas: Refletir sobre desafios anteriores e as estratégias utilizadas para superá-los fortalece a confiança na própria capacidade de enfrentar novas adversidades.

  • Respeite seu tempo: O luto não segue um cronograma fixo. Seja paciente consigo mesmo e não se apresse para "superar" a perda. Cada pessoa tem seu próprio ritmo de recuperação. ​

  • Refletir sobre os momentos compartilhados e honrar a memória do que foi perdido pode trazer conforto e auxiliar na adaptação à nova realidade. ​

  • Lembre-se de que buscar ajuda profissional é uma demonstração de força e pode ser fundamental para navegar por esse período desafiador.​


Como o cérebro supera as perdas emocionais

O cérebro ativa regiões como a amígdala, responsável pelo processamento de emoções intensas, e o córtex pré-frontal, que auxilia na regulação dessas emoções e na adaptação a novas realidades. ​

Inicialmente, o cérebro pode limitar a plena conscientização da perda como uma forma de autoproteção, permitindo que o indivíduo processe gradualmente a realidade do ocorrido. ​

Com o tempo, a neuroplasticidade — a capacidade do cérebro de reorganizar suas conexões neurais — desempenha um papel crucial na adaptação a novas circunstâncias. Essa reorganização facilita a formação de novas memórias e a reinterpretação das experiências passadas, contribuindo para a resiliência emocional. ​

Estratégias como a terapia de exposição narrativa podem auxiliar nesse processo, ajudando o indivíduo a reconstruir narrativas pessoais e integrar experiências traumáticas de maneira mais saudável. ​

Além disso, práticas como mindfulness, exercícios físicos e a busca por apoio social têm mostrado eficácia em promover a resiliência, facilitando a superação de perdas emocionais.


Memória x Lembrança

A lembrança é reconstruída a cada vez que a recordamos, e isso pode levar a uma diminuição da intensidade da emoção associada à experiência vivida.

Isso ocorre porque a memória não é uma gravação fiel da experiência original, mas sim uma reconstrução baseada nos fragmentos de informação que foram armazenados no cérebro.

Cada vez que recordamos uma memória, o cérebro reconstrói a cena, as emoções e os detalhes associados à experiência. No entanto, essa reconstrução não é exata, e pode ser influenciada por fatores como:

  • Informações adicionais: Novas informações que adquirimos após a experiência original podem influenciar a forma como a recordamos.

  • Emoções atuais: As emoções que estamos experimentando no momento em que recordamos a memória podem influenciar a forma como a reconstruímos.

  • Expectativas: As expectativas que temos sobre a memória podem influenciar a forma como a recordamos.

Como resultado, a emoção associada à experiência vivida pode ser diminuída ou alterada ao longo do tempo, tornando-se menos intensa do que a experiência original.

Essa é uma das razões pelas quais as perdas emocionais tendem a se suavizar com o tempo. A reconstrução da memória e a diminuição da intensidade da emoção associada à experiência vivida podem contribuir para a redução da dor emocional.


Tomando como exemplo:

Quando a mãe perde um filho, ao longo do tempo, a reconstrução da lembrança/emoções do momento anteriormente vivido, são diferentes do momento atual quando ela lembra do filho, fato que a reconstrução da lembrança é fragmentada, não retratando o momento original de dor vivido. Então toda vez que a mãe recordasse da perda do filho, ela teria que sentir o sofrimento vivenciado nos mesmos níveis, o que felizmente não ocorre, caso contrário, as angustias existências se perpetuariam na mesma intensidade ao longo de toda a sua trajetória de vida.

 
 
 

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